quarta-feira, 12 de dezembro de 2012



Crítica "Trilogia O Senhor dos Anéis" (The Lord Of The Rings Trilogy / 2001-2002-2003 / Nova Zelândia) dir. Peter Jackson

por Lucas Wagner


OBS: escrevi essa crítica diante de vários pedidos, e também como uma espécie de “preparação” para O Hobbit: Uma Jornada Inesperada.

OBS 2: Spoilers rolarão como se não houvesse amanhã.

  O Cinema muitas vezes nos leva a reflexões profundas e críticas; outras vezes nos leva a ter percepções novas sobre o mundo ou sobre nós mesmos; pode nos levar a um gostoso sentimento de nostalgia, ao nos recordar situações de nossas próprias vidas; pode nos fazer apaixonar; pode ainda apenas nos divertir e esquecer dos nossos problemas diários. Mas, algumas vezes, o Cinema nos leva a jornadas fantásticas e intensas, nos guiando na descoberta de um mundo novo e diferente, nos apresentando personagens que se tornarão próximos de nós. Nos leva a uma verdadeira viagem, nos convidando a deixar de lado o nosso próprio universo, não com o propósito de simplesmente nos proporcionar um passatempo escapista, mas de realmente empreendermos em uma experiência fascinante que não possui parâmetros em nossa realidade, e que, quando acaba, leva um pouquinho de nós com ela. Um dos maiores exemplos desse tipo de filme na história do Cinema é, sem a menor sombra de dúvida, a trilogia O Senhor Dos Anéis, do cineasta Peter Jackson, que, em 9 horas e 21 minutos, nos leva a uma das experiências mais inesquecíveis que qualquer forma de Arte já levou o ser humano.

  Um dos grandes motivos que fazem da trilogia algo tão fascinante é a total seriedade com que Jackson enxergou seu trabalho. Se muitos diretores poderiam olhar para os livros de J.R.R Tolkien (que, confesso, só li O Hobbit, mas nenhum dos Senhor dos Anéis ou qualquer outro) e pensar que um mundo que tenha seres fantásticos como elfos, anões, hobbits, nazgul, magos, orcs, goblins, etc, não tem como ser levado a sério, Jackson se dedica a levar o espectador a um mergulho completo naquele universo, não considerando que esteja tratando de um conto de fadas que exija um tratamento infantil, mas optando uma abordagem adulta e sombria. Isso é absolutamente necessário para que o próprio espectador possa enxergar aquele mundo com credibilidade suficiente para poder se entregar à experiência que, de outra forma, pareceria por demais superficial, se nós mesmos não conseguíssemos acreditar na urgência e perigo do que acontece.

  Com certeza a trilogia pode ser classificada como um dos filmes mais grandiosos e épicos de todos os tempos. Algumas pessoas criticam isso, essa “grandiloquência”, mas, dentro do contexto da trama, é de fato algo grandioso, algo como uma “Guerra Mundial Mágica”, e um tratamento como esse se mostra uma excelente opção de como contar a história. Desde os primeiros cinco minutos de A Sociedade do Anel, Jackson já explora essa possibilidade com força total, na maravilhosa sequência que mostra a aliança de humanos e elfos lutando contra as forças de Sauron, principalmente na inesquecível tomada aérea em que vemos vários personagens morrendo. Sequências como essa, aliás, não faltam à trilogia. Jackson investe em um grande número de tomadas que mostram a amplitude daquele universo, das construções e dos ambientes em que os personagens estão envolvidos. Muitas vezes, essa magnitude das tomadas serve para elevar ainda mais a importância de certos eventos, sendo que o mais lindo de todos (e que é uma das melhores sequências da trilogia), é a sequência em que vemos os faróis de Gondor sendo acesos, em O Retorno do Rei, que mostra a união dos reinos para a batalha em Minas Thirith. Contribuindo para essa majestade, o compositor Howard Shore cria o que é, sem dúvidas, o seu melhor trabalho (e um dos melhores que já pude ouvir em um filme), com uma trilha sonora grandiosa, linda, perfeita, extraordinária, com tons que remetem ao sacro e ao épico, remetendo à própria atmosfera histórica e heróica do filme, e ainda cria faixas mais adequadamente nostálgicas, como aquela que é tema do Condado (a vila dos hobbits), que serve com perfeição para mostrar o carinho que os personagens sentem em relação àquele lugar.

  Peter Jackson ainda consegue criar algumas das melhores sequências de ação da história do Cinema, sempre mantendo em mente a importância e impacto daquilo no universo da trilogia, e a grandiosidade do que está acontecendo. Investindo com prazer em um grande número de travellings e tomadas aéreas, Jackson leva o espectador a uma espécie de “orgasmo” visual e de empolgação, com (e isso acontece em todas as vezes que vejo os filmes) a frequência cardíaca chegando ao máximo e arrepios correndo pelo corpo, enquanto não conseguimos evitar um sorriso enquanto vemos aquilo, nem algumas exclamações, enquanto quase caímos da poltrona de tão na ponta dessa que estamos. Não estou exagerando. A batalha nas Minas Thitith, em O Retorno do Rei, aliás, é, sem a menor sombra de dúvida, a batalha mais grandiosa, mais espetacular, sensacional, que existe no Cinema. A perfeição da batalha, as tomadas aéreas, a montagem enérgica, o desing de som, a trilha (e a falta dessa em alguns momentos chaves), os impecáveis efeitos visuais (que conseguem a proeza de nunca parecerem artificiais) e, é claro, a estupenda habilidade de Jackson como diretor, tornam a minha afirmação bem real. Jackson consegue acompanhar diversos pontos de vista na batalha sem se perder, sem perder o ritmo ou a fluidez em momento algum, algo extremamente difícil para qualquer cineasta, não importa a experiência que tenha. Mas isso não é só nessa batalha. A batalha no Abismo de Helm (em As Duas Torres), a perseguição nas Minas de Moria (em A Sociedade dos Anel), a batalha às portas de Mordor (em O Retorno do Rei), ect, todas evidenciam muitas dessas características. Como se não bastasse, Jackson se mostra com um cineasta inteligente ao preparar o espectador o máximo possível para os eventos mais grandiosos e tensos que, quando ocorrem, já nos pegam com um nível máximo de tensão. Exemplos perfeitos podem ser notados quando Frodo caminha pela caverna de Laracna, no terceiro filme, e vemos vários ossos de vítimas da aranha antes de realmente a vermos; antes de encontrarmos o demônio do Mundo Antigo, Balrog, no primeiro filme, já estávamos cientes do perigo do monstro pela preocupação de Gandalf (um personagem sábio e seguro que, quando fica preocupado, diretamente deixa o espectador muito tenso), pelos sons ritmados que ouvimos, a sombra do bicho, o medo dos orcs em relação a ele, etc. E como não lembrar do discurso do rei Theoden, em que ele clama “Sangue!” antes de atacar seus inimigos junto com seu exército? O perigo é sempre iminente nesses três filmes.

  Mas se Jackson tivesse dedicado apenas a essa grandiosidade, a trilogia não seria a obra-prima que é, já que um filme não se sustenta apenas por ser grande e épico (lição que Michael Bay não aprendeu ainda). O cineasta dedica diversos momentos para desenvolver seus personagens, as relações entre eles, e confere ainda uma sensibilidade extraordinária à trilogia, nos envolvendo com aqueles personagens de tal forma, que, como comentei no primeiro parágrafo, leva uma parte de nós quando acaba. Afinal, se a trilogia não tivesse esse caráter humanizado, como poderíamos nos envolver com o que vemos? Como poderíamos nos importar que qualquer um daqueles personagens morram ou que consigam alcançar seus objetivos? Jackson é tão competente em sua direção sensibilizada que parece que estamos acompanhando uma tragédia real. E não são poucas as vezes. Em As Duas Torres, por exemplo, quando os personagens se preparam para lutar na batalha do Abismo de Helm, vemos crianças que nunca pegaram em uma espada, que nunca lutaram, sendo obrigadas a fazê-lo, enquanto evidenciam um grande medo; vemos também idosos que quase não se mantém em pé, sendo obrigados a lutar também pois, afinal, falta muitos homens no exército. Outra sequência memorável é quando Pippin é obrigado a cantar uma melancólica canção (que fala de tempos sombrios) para Denethor, e nesse momento vemos um pequeno grupo de homens avançando contra orcs, em O Retorno do Rei. Sempre desenvolvendo bastante o psicológico dos protagonistas, tornando-os figuras complexas e tridimensionais, Jackson se arrisca a se delongar bastante no terceiro filme, para mostrar como acaba a história de cada um dos personagens, que, afinal, é o que realmente importa para nós. E é no mínimo tocante que o último plano do filme foque na porta da toca de hobbit de Sam, e não em um grande horizonte mostrando a Terra-Média.

  Mas o mais interessante referente ao desenvolvimento dos personagens é algo que, acredito, esteja também nos livros de Tolkien (em O Hobbit podemos enxergar isso, mas em menor medida), que é o seguinte: estamos enxergando um universo com seres de espécies diferentes, com suas particularidades, mas também indivíduos diferentes, com suas idiossincracias. Os hobbits são seres alegres, que adoram ficar confortáveis e tem um senso de fraternidade muito grande, mas Merry e Pippin são mais festeiros do que Sam, que é mais focado na sua honestidade e humildade, e Frodo, que, diferente de quase todos os hobbits, sonha em viver aventuras, como seu tio Bilbo. Os humanos são seres com grande potencial para serem honrados e grandes, mas também apresentam o coração fraco e egoísta, como fica claro em Boromir, que sonha com as glórias de Gondor; só que Aragorn, por exemplo, é um indivíduo que teme a fraqueza de seu coração, e por isso evita situações em que possa se sentir tentado a fazer alguma maldade egoísta. Os magos são seres sábios e maduros, só que Saruman usa essa sabedoria mais para o lado da lógica maldosa e egoísta, do que é melhor para ele, enquanto Gandalf, cansado de ver maldade nos cantos do mundo, tem um carinho especial pelos hobbits que, por serem mais isolados, são até seres mais “puros”. E assim vai. Só que Jackson não se acanha de se aprofundar ainda mais nesses indivíduos, que passam por arcos dramáticos completos ao longo da série, algo que é ajudado pelo extraordinário elenco. Comentarei alguns dos principais, mas basicamente todos mereciam menção.

  Merry e Pippin são hobbits festeiros que só querem saber de farra, e que caem do nada nessa jornada. Ao longo dos três filmes, vemos Merry se tornando um cara mais maduro, inegavelmente mais pessimista, não demorando a abraçar esse pessimismo como uma forma de sobrevivência (o momento em que tem que separar de Pippin, no terceiro, é emocionante); enquanto isso, Pippin, sempre mais “molecão”, enxerga tudo com grande inocência, e se encontra numa grande confusão de sentimentos ao ver a destruição do mundo. Já Sam é um hobbit companheiro e fiel, que, quando recebe uma missão, luta para cumpri-la, por mais impossível que seja. Mas é seu intérprete, Sean Astin, o grande responsável pela dimensão do personagem, já que ele consegue demonstrar com perfeição a extrema dificuldade, física e emocional, pela qual o personagem passa para apoiar Frodo na jornada. Ele é, provavelmente, o maior herói da trilogia, se pensar bem.

  Aragorn é um personagem incrível. Como comentei, ele luta para não ser um humano egoísta como os outros, para não apresentar a fraqueza de caráter tão típica dessa espécie. Só que o contato do personagem com diversas contingências ao longo dos três filmes obriga-o a amadurecer e confiar mais em si mesmo, percebendo a necessidade de se colocar como líder em uma época tão difícil. O Aragorn do primeiro dificilmente se parece com o do terceiro. Em As Duas Torres, a batalha do Abismo de Helm representa um dos grandes momentos de amadurecimento do personagem, que tinha que se mostrar como porto seguro para diversos outros que precisavam de confiança. Ele não poderia mais ser o humano com medo de si mesmo como era no primeiro. E Viggo Mortensen é um dos melhores atores da atualidade (como já demonstrou nesse, e em diversos outros filmes, como Senhores do Crime, História de Violência, etc), conseguindo compor o personagem através de muitos detalhes sutis, mas significativos, como quando recebe, em O Retorno do Rei, a espada de seus antepassados, e tem um leve momento de hesitação, mas que ignora para aceitar sua tarefa e o cargo que é seu. Não muito atrás está Gandalf, mago sábio que olha o mundo com pena pelo que se tornou e por toda a maldade, que se entrega totalmente à luta, é arrogante e bravo quando necessário, mas sabe ser gentil e apaziguar aqueles que precisam (duas cenas específicas me vem à mente, uma no primeiro, quando conversa com Frodo sobre o fardo de ter que carregar o Anel, e no terceiro, quando acalma Pippin no meio da batalha, em um belo diálogo sobre a morte). O personagem se torna ainda mais fascinante pela transformação de Cinzento em Branco, quando apresenta grande amadurecimento espiritual. Mas sem Ian McKellen o personagem não teria tanta força, já que ele o interpreta com talento ímpar, trabalhando até detalhes importantes que revelam muito sobre o personagem, como quando, no segundo filme, fica com o olhar perdido e nostálgico quando se lembra que um dia foi chamado de Cinzento, o que revela que o tempo que ele passou em “outra dimensão” é muito maior para ele do que parece para os outros personagens.

  Mas talvez seja Frodo o personagem mais complexo. Cada vez mais desgastado pelo fardo do Anel, Frodo luta para não sucumbir, mas isso parece mais e mais difícil. Lamenta que sua própria aventura não seja tão empolgante ou feliz como a que seu tio Bilbo viveu (e que é contada em O Hobbit), mas que seja marcada por tragédias e tristeza. Confia em Gollum por ter que acreditar que esse personagem tem salvação, já que tem consciência da enorme possibilidade dele mesmo ficar como ele. É de Frodo a cena mais tocante de toda a trilogia, e que sempre me deixa com os olhos marejados: quando, em A Sociedade do Anel, logo depois que Gandalf cai no precipício, todos estão chorando desesperados e ele, depois de já ter gritado, ao ouvir o chamado de Aragorn, vira os olhos para ele, e percebemos uma tristeza profunda no seu choro calado, já que sabe da importância e dificuldade extremas pelas quais terá que passar, agora que acredita ter perdido seu porto seguro (Gandalf), e ainda por cima, sente o peso da culpa da morte de companheiros da Sociedade do Anel. É um momento maravilhoso, belíssimo, de tocante melancolia, que é provavelmente o meu momento favorito da trilogia. Gostaria de falar mais sobre outros personagens, mas isso demoraria muito tempo, embora muitos merecessem isso. Gollum é uma figura trágica e complexa na sua dupla personalidade; Bilbo em nada se parece com o Bilbo rabugento e confortável do início de O Hobbit; Boromir é um personagem extremamente ambíguo que sente um amor profundo e sincero pela honra de Gordon, e o intérprete Sean Bean é perfeito ao nos fazer sentir esse amor também; Faramir vive tentando reconquistar o amor do pai, que sempre parece preferir o irmão, Boromir; Theoden é um rei admirável e honrado, que deve tomar duras decisões, mas faz isso com a plena convicção de estar fazendo o certo e o que é melhor, demonstrando grande firmeza de caráter; entre várias outras figuras fascinantes que compõe esse universo.

  Mas, ao escrever uma crítica de O Senhor dos Anéis, não poderia deixar de exaltar aqui vários aspectos técnicos que são vitais para que a grandiosidade almejada por Jackson seja alcançada. A direção de arte cria castelos, reinos, minas, vilas, etc, com uma beleza ímpar, e uma majestade impecável; mas ela ainda serve ao propósito de, através do visual desses locais, transmitir algumas informações sobre as determinadas personalidades características de cada espécie. Assim, a Valfenda é um lugar natural e belo, que visa informar a ligação dos elfos com a natureza, ao mesmo tempo que ressalta a sua sabedoria e beleza; o Condado transmite grande sensação de conforto e tranquilidade. E assim vai. A maravilhosa fotografia de Andrew Lesnie é genial ao estabelecer uma determinada lógica ao longo dos três filmes, quando essa vai ficando cada vez mais granulada e cinzenta, construindo uma impecável atmosfera apocalíptica de opressão e tensão frequentes. Jackson se mostra ainda sensacional ao possuir uma direção firme e segura que mantém a fluidez da narrativa durante boa parte do tempo (principalmente no terceiro), conseguindo viajar entre momentos mais calmos e outros mais agitados com perfeição.

  A trilogia tem problemas? Alguns. Não vou mentir. A Sociedade do Anel, apesar de um longa fascinante, encontra dificuldades em sua metade inicial, quando passa informações com pressa demais para chegar logo aonde se pretende (a formação da Sociedade), o que torna o filme um pouco confuso. As Duas Torres tem alguns problemas de ritmo bem evidentes, algo que fica claro na dificuldade de Jackson ao cortar da batalha no Abismo de Helm para a luta das ents contra Isengard. Além disso, a subtrama envolvendo o romance entre Aragorn e a elfa Arwen atrapalha os filmes, já que, além de desinteressante, esse romance interrompe o fluxo da narrativa, principalmente no segundo longa e em uma cena no inicio do terceiro; e o pior nisso é que Jackson é obrigado a tratar desse romance mais em cenas de sonho, o que soa artificial. Por último, o inicio de As Duas Torres tem alguns diálogos sofríveis de tão ruins. No entanto, esses problemas não chegam a incomodar na trilogia como um todo, que é tão competente que merece ter seus erros desconsiderados.

  Já um clássico, a trilogia O Senhor dos Anéis é uma jornada inesquecível, que enche nossos olhos e nos emociona profundamente. Por mais que eu goste do livro de O Hobbit, duvido que os filmes desse chegarão aos pés de O Senhor dos Anéis, até porque não tem a força, a densidade dessa trilogia, que é um dos maiores marcos da história do Cinema.

Um comentário:

  1. Não tenho palavras para descrever o que sentia enquanto lia essa resenha. Sem dúvidas bem melhores que muitas que lei por aí cujo os autores são considerados aptos a tal feito e que na verdade nos leva a imaginar pq estão ali desempenhando essa função. Sem dúvidas amo ler suas resenhas (embora eu seja um leitor novo, mas já te idolatro rsrsrs), a forma como procura descrever cada detalhe do que sente a cerca da obra a ser analisada, bem como seus spoilers que me trás uma percepção muito além do que consegui ter ao me deparar com a mesma obra (me refiro não apenas a SdA mas a todas as suas resenhas que li), e o mais bacana, sempre deixa claro que aquilo ali é a sua opinião, a sua forma de perceber, fugindo do padrão que muitas vezes no impõe um ponto de vista e quer no fazer crer que aquele é o único certo. Quero ter o prazer de assistir a seu primeiro filme e a todos os outros, mas enquanto esse momento não chega me contento com suas magnificas resenhas. Parabéns!!

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